Gamificação – o que é e como aplicar?

Os professores do século XXI têm uma grande quantidade de novos desafios para enfrentar. Para além de questões particulares, o cenário geral é o de alunos cada vez mais dispersos e acelerados. Os métodos tradicionais de ensino já não parecem ser tão eficazes para concorrer com os celulares, tablets e toda a tecnologia que cerca a nova geração. Como conseguir que o aluno foque em um quadro branco, no qual o professor escreve infinitas linhas quando as crianças possuem todo o tipo de distração e diversão na palma da mão?

Paulo Freire, patrono da educação brasileira, já propunha que o ensino deveria estar alinhado à realidade do aluno, afastando a visão tradicional que coloca a figura do professor como o único possuidor de sabedoria. O educador acreditava nas metodologias ativas, que fazem do aluno o principal ator de sua própria aprendizagem.

No mundo contemporâneo, as crianças já crescem conectadas e imersas no mundo da tecnologia. Com um tablet na mão, conseguem escolher vídeos e jogos de acordo com a sua própria vontade e gostos pessoais. Como a escola, com seus planejamentos unificados e aplicados de forma igualitária, pode competir com toda a liberdade experienciada pelos alunos fora desse ambiente? Muito simples: não pode. É impossível manter os alunos da atualidade engajados com os métodos de educação tradicionais, especialmente no ensino bilíngue, que exige mais comprometimento do aluno.

Nesse sentido, é essencial promover uma educação que dialogue com o mundo moderno em que os estudantes estão inseridos. As metodologias ativas cumprem essas funções ao colocar o aluno como destaque em seu processo de aprendizagem, inserindo recursos cotidianos e gerando mais independência e liberdade para o aluno. Um dos métodos mais comuns na aplicação das metodologias ativas é a Gamificação.

Afinal, o que é Gamificação?

Gamificação – do inglês gamification, – consiste no uso de estratégias e técnicas tradicionalmente aplicadas no mundo dos jogos em contextos educacionais. Essa técnica transforma a rotina escolar, deixando-a mais atrativa e divertida para os alunos. Existem formatos mais sofisticados que podem passar pela criação de softwares próprios, como o WOWL Game, desenvolvido para a WOWL em parceria com o MTI Studio para que as crianças aprendam inglês brincando. Entretanto, a aplicação de processos de gamificação pode ser muito mais simples: como a partir do uso de questionários em sala, com um sistema de pontuação básico para que os alunos compitam entre si. O importante aqui é estimular a competitividade saudável entre os alunos, deixando-os mais empolgados e, consequentemente, facilitando a aquisição de conteúdo. 

“A criatividade ajuda a resolver problemas com maior agilidade, criar soluções e estratégias mais eficientes, além, é claro, de ser a responsável pelas grandes ideias revolucionárias desde o universo da ciência e da tecnologia até o mundo dos negócios. Quando as pessoas têm habilidades diferentes, a interação permite que eles complementem o que sabem individualmente e consigam progredir juntos no aprendizado. E a superação de desafios permite que o indivíduo aprenda com os próprios erros e lide de maneira inteligente com suas emoções. Entender como as emoções interferem em seu comportamento e reações é o primeiro passo para alcançar a habilidade de ser resiliente”,

Nayra Karinne, especialista em gamificação – Veja mais em: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/lancepress/2021/05/21/especialista-em-gamificacao-nayra-karinne-explica-os-impactos-dos-games-na-formacao-das-novas-geracoes.htm?cmpid=copiaecola

Por que é eficaz? 

A aplicação da gamificação gera competitividade entre os alunos, o que aumenta o interesse e o engajamento nas aulas. Ao invés de ver os jogos como uma forma de distração, passamos a utilizá-los como mais uma ferramenta de educação, aproveitando seu potencial de dinamizar o ensino, tornando-o mais prazeroso. 

Além disso, os jogos possuem diversos benefícios no desenvolvimento da criança. Inclusive os videogames, que já foram tão vilanizados, favorecem, quando bem aplicados, o desenvolvimento de habilidades como a resolução de problemas, o raciocínio rápido e a atenção difusa. Os jogos favorecem o desenvolvimento cognitivo da criança, e são essenciais para o seu amadurecimento e para o melhor aproveitamento da infância. 

Especialmente no ensino bilíngue, que envolve a aquisição de vocabulário e a compreensão de regras gramaticais novas, a aplicação de recursos para tornar esse processo mais leve e mais simples é sempre bem-vinda. Por isso, as aulas WOWL usam e abusam da gamificação para aumentar a produtividade e o engajamento dos alunos, tanto nas aulas online como nas aulas presenciais. 

Como aplicar? 

Existem diversas formas de implementar recursos de gamificação e competitividade na educação. As instituições de ensino bilíngue podem investir em recursos próprios, como a criação de jogos personalizados, de modo a não só difundir a marca e a identidade visual da empresa, mas também a acompanhar seu planejamento anual. Há, no entanto, diversas outras formas, mais simples e baratas, para aplicar essas soluções. Existem plataformas de jogos educativos online que permitem a criação e o uso de jogos específicos sobre os mais diversos assuntos. Alguns exemplos são o Wordwall, o Kahoot! e o Bamboozzle, que incentivam a competitividade de forma educativa.

Esses recursos são muito bem-vindos na realidade do ensino híbrido ou à distância, já que, nas aulas online, pode ser mais difícil manter o aluno focado e atento. Os jogos tornam o processo de aprendizagem muito mais prazeroso e proveitoso para o aluno, facilitando assim a retenção de conteúdo. É ainda uma forma lúdica para o professor atestar se o aluno realmente compreendeu o conteúdo, o que permite um diagnóstico mais rápido e certeiro das dificuldades da turma. 

Para além do mundo virtual, no entanto, há diversas estratégias que podem ser aplicadas em sala de aula de forma simples para atestar a aquisição do conteúdo pelos alunos e manter seu interesse pela disciplina. Qualquer atividade pode ser gamificada, basta estabelecer um desafio a ser cumprido e estipular um método de contagem de pontos, oferecendo recompensas pelo desempenho dos participantes.  O maior segredo da gamificação é o engajamento, por isso, é essencial que o professor conheça a turma e saiba quais jogos e assuntos vão despertar maior interesse nos alunos e quando aplicá-los. Por exemplo, se a turma se mostra desinteressada em gramática, é possível aplicar um recurso do mundo dos jogos para gerar motivação e treinar o assunto.

Impactos no futuro

Para além da educação. Não só as escolas e demais instituições de ensino devem estar atentas a essa nova tendência educacional: muitas empresas já aplicam jogos em seus processos de seleção de colaboradores. Isso porque essa dinâmica permite a avaliação de características que dificilmente seriam avaliadas nas entrevistas tradicionais, como o trabalho em equipe, resolução de problemas e performance em situações de estresse. O desenvolvimento dessas habilidades, essenciais para o sucesso na vida adulta, é potencializado pela participação em jogos ainda na infância. Por esses motivos, a aplicação desses recursos ainda nos anos escolares permite não só que o aluno absorva e domine o conteúdo com maior facilidade, mas também que ele se prepare para as novas demandas do mercado de trabalho no futuro. 

Você já aplica a gamificação na sua instituição de ensino? Entre em contato para conhecer o método bilíngue WOWL. 


Por Ellen Sias