Ensino híbrido – quando o online e o presencial andam juntos

O ano de 2020 surpreendeu o mundo e fez com que o professor ministrasse aulas online, tivesse ou não domínio de tecnologia. Com dificuldades iniciais, uns mais que outros, as aulas a distância foram acontecendo. Não era uma questão de escolha.

Nós não podemos ter certeza se no ano que vem ensinaremos remotamente, online, presencialmente ou numa forma de ensino híbrido, online e presencial. Uma coisa é certa – o ensino online ocupou seu lugar e a possibilidade que os professores cada vez mais sejam chamados a dar aulas online é certa.

A pandemia trouxe mudanças significativas para a educação. Algumas certezas nos movem:

  • Calendário escolar é um recurso que orienta o planejamento, mas não pode engessá-lo.
  • O planejamento de aulas online não pode ser o mesmo das aulas presenciais.
  • As novas tecnologias para o processo ensino/aprendizagem não podem mais ser ignoradas.
  • O ensino híbrido passou a ter nova concepção nesse momento de adoção de aulas online alternadas com presenciais (o que pode efetivamente acontecer).

Acreditamos que se pode e deve criar um ambiente em que ambos – professores e alunos – possam se sentir confortáveis e dominando o processo de aprendizagem online ou aprendizagem remota.

Até esse ano, nosso conceito de ensino híbrido era o de um recurso, aplicando as novas tecnologias na Educação. Hoje, a circunstância de uma pandemia nos traz outra visão de ensino híbrido e as aulas online ganharam importância. Cabe-nos aperfeiçoar as técnicas, fixar objetivos, discutir estratégias e nos capacitar para sermos bem-sucedidos. Planejar aulas que tenham significado tanto para o professor quanto para o aluno, que apresentem uma plasticidade (característica de aulas criativas) que permitam um bom ambiente de ensino/aprendizagem, quer remota, quer presencialmente.

Vamos discutir alguns passos ou estratégias?

  1. Seja autêntico – use as suas características a seu favor, mas lembre-se de que em suas aulas não pode faltar motivação e interesse. Você não precisa reinventar sua personalidade ou abandonar o conhecimento adquirido em sala de aula. Você pode usar o método ou abordagem que domina, aperfeiçoar a sua técnica. Deixar fluir a alegria tão importante para criar a probabilidade de ter um bom e produtivo ambiente. Entregar-se ao que planejou, sem medo de encarar o novo.
  1. Esqueça os recursos de sala de aula ou a maneira como os utilizava. Todo o material tem que ser cuidadosamente selecionado, revisto e avaliado. O uso de livros, cadernos e folhas de atividades tem que ser muito bem planejado, dosado e aplicado de forma interativa.
  1. Pesquise os recursos que podem enriquecer a sua aula, proporcionar maior interação com os alunos, especialmente as crianças. São muitos e variados recursos e plataformas com boas sugestões.
  1. Lembre-se de que competências são muito importantes e ganharam destaque no BNCC. Ao planejar suas aulas, procure fazer o levantamento das competências que você deseja desenvolver e das habilidades necessárias para o aprendizado daquele tópico.
  1. Não hesite em lançar mão de jogos. Gamificação é muito interessante para fixação da aprendizagem e ótimo recurso para motivação e interação entre os alunos. Mas é importante que o jogo proposto tenha objetivos claros, cognitivos, além de socioemocionais.
  1. O conteúdo deve seguir um plano contínuo, evitando fragmentações, dentro de uma lógica de continuidade cumulativa. O importante vaivém que possibilita a fixação.
  1. Por fim, preparar-se para as aulas com esmero, em sintonia com o seu trabalho, com os seus alunos, em pleno domínio dos detalhes, pronto/a para mudar o plano de aula, se necessário. Só pode fazer isso quem tem objetivos claros e domínio das técnicas. E que técnicas são essas?

Há inúmeras sugestões para utilização de novas tecnologias que impulsionam e facilitam a interação: sala de aula invertida, gamificação. Aprendizagem criativa que significa:

  • trabalhar com projetos;
  • apresentar tarefas significativas;
  • propor experimentações lúdicas;
  • priorizar o trabalho em grupo – pessoas compartilhando ideias, colaborando nos projetos, participando uns dos trabalhos dos outros;
  • imaginar e propor novas ideias.
  • utilizar os recursos tecnológicos à disposição
  1. Aulas online, sem dúvida, expõem mais o professor, exigem atividade o tempo todo, presença, atitude na resolução de problemas, acolhimento (ouvir o aluno). Não há lugar para aulas expositivas online no modelo de aulas presenciais. Se a proposta é lançar um assunto novo, é preciso fazê-lo com recursos visuais e auditivos. Nas aulas online a palavra é mais – mais recursos, mais desafios, mais interação, mais domínio do planejamento, mais animação, mais presença, mais determinação, mais vontade de fazer acontecer, mais aperfeiçoamento contínuo.

É importante ficar muito claro que estamos num momento de grandes desafios. Não cabe ao profissional se acomodar e escolher apenas trabalhar presencialmente. Algumas coisas não têm volta e exigem determinação e perspectiva do panorama à nossa frente.

 Quando foi necessário dar aulas online no início do ano, repentinamente, sem tempo de preparação, improvisou-se e adotaram-se os recursos possíveis, adaptando-se o planejamento feito para a sala de aula à nova realidade do online, dentro das casas dos alunos.

Foi um tanto intimidador pela exposição, foi estressante, mas não se podia recuar.

Agora, o cenário é outro.

Não sabemos se tudo se normalizará, nem quando se normalizará e temos que estar preparados e cada vez melhores no ensino remoto ou mesmo híbrido que pode ser necessário.

Sem negação, sem hesitação, sem medo.

Mãos à obra, aulas online não são mais o novo, embora continuem sendo desafiadoras.

Educação não é desafio?