Comecemos admitindo que não é tarefa fácil num mundo em que se vê o ódio manifestado em situações corriqueiras, em disputas políticas, no trânsito, por exemplo. Mas, sim, podemos ensinar empatia aos nossos filhos.
A empatia é a tendência para se identificar com os sentimentos, os pensamentos ou as atitudes das outras pessoas. Assim, ensinar empatia a nossos filhos é ensinar-lhes a se colocarem no lugar do outro, basicamente.
A criança tem nos pais os seus modelos. Mais do que as conversas ou sermões, pesam os exemplos que damos aos nossos filhos. Então há alguns pontos importantíssimos a considerar.Transmitir empatia vai além de educar, simplesmente. Transmitir empatia está além dos preceitos de educação. Expressar interesse genuíno e cuidado pelo outro não é uma habilidade inata, mais presente em umas pessoas do que em outras. É mais do que uma habilidade inata, depende de grande dedicação e suporte dos pais para ser alimentada e se converter em ação. Vejamos alguns passos.
1. Mudar paradigmas
Se os pais foram criados sem diálogo, numa forma unilateral de comunicação, talvez isso dificulte a educação para a empatia. Mas não a torna impossível. Trata-se de mudar os paradigmas. Por que repetir o modelo? É preciso mudar para que os filhos não carreguem as mesmas marcas, não se fechem ao outro, negando o diálogo.
2. Compreender as atitudes dos filhos, mesmo que fujam ao desejável.
Se os filhos têm um comportamento exemplar, se correspondem ás expectativas, tudo fica mais fácil. Mas, se as coisas não ocorrem exatamente como o desejado, aí é o momento de estabelecer o diálogo, demonstrando empatia, mas propondo a reflexão, ou seja, discutir o porquê de tal ou qual atitude, dizer-lhes qual seria a atitude esperada e adequada. Essa é uma atitude empática, construtiva pelo exemplo. Se perdermos o controle, gritarmos, esbravejarmos, exigirmos respeito, sem um movimento de aproximação, não estaremos trabalhando a empatia. Colocar-se no lugar do outro não significa aprovar as atitudes e comportamentos do outro, mas tentar entender o porquê deles. Não, simplesmente, julgar.
3. Manter-se firme no propósito de exercitar a empatia.
Sim. Voltar-se para o outro exige exercício constante. Estarmos atentos e sempre chamarmos a atenção das crianças para as necessidades do outro, começando por aqueles que estão mais perto de nós, a família. Depois estendendo o olhar para o próximo em geral.
“Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.” Para exercitar a empatia é preciso conhecer-se também: “Quem eu sou?” e “Até que ponto eu sou igual ao meu semelhante?”
Vamos ensinar empatia?