Alzira Willcox
Hiperatividade é traduzida por um estado incomum de atividade, é uma impossibilidade de ficar quieto e concentrado por algum tempo em qualquer atividade. Crianças hiperativas são difíceis de lidar e frequentemente demonstram ansiedade e reações de irritabilidade com as pessoas à sua volta. A hiperatividade pode levar a algumas dificuldades na escola e no convívio social.
A hiperatividade tem várias características, sendo algumas mais frequentes:
• agitação constante
• comportamento agressivo
• comportamento impulsivo
• nenhuma concentração
Quando se trata de crianças, de pessoas, temos que considerar inúmeras variáveis antes de concluirmos que estamos diante de um transtorno psíquico.
Hiperatividade é controlável, se for observada cedo. Hoje em dia há uma tendência a que seja tratada como transtorno psíquico e a criança medicada. Claro que as manifestações iniciais podem, sim, revelar um transtorno e precisar de um olhar diferenciado. Mas, antes de se apressar no diagnóstico porque não há um exame físico confiável e a observação dos pais e de todos que lidam com a criança é importante, procure estabelecer limites e uma rotina de atividades e regras bem marcadas. A criança hiperativa acaba exercendo certo domínio sobre as pessoas mais próximas que se acovardam ante a possibilidade de uma verdadeira luta para impor limites. E as consequências são desastrosas. Então, antes de qualquer coisa, é necessário que se tenha mais firmeza ainda e determinação para educar uma criança hiperativa. Ceder aos seus impulsos e agressividade é perder o controle e permitir que as dificuldades aumentem com o passar do tempo.
Há casos – como já afirmei acima – em que não basta a atuação da família e podem ser mesmo sinais de um transtorno. Aí, a criança certamente precisará de um atendimento multidisciplinar (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo), dependendo do grau do transtorno. Os limites e a rotina continuam a se fazer necessários, mais que nunca necessários.
Quando a hiperatividade começa a causar muitos problemas e é detectada uma desordem, dizemos que a criança é portadora de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Quem pode diagnosticar é um médico, um psicólogo ou psicopedagogo. O tratamento é sempre coordenado por um médico. Não há uma causa determinada, embora esse seja um dos transtornos mais bem estudados na medicina. Isto não significa que não há possibilidade de controlar e acertar na condução do acompanhamento. Não há sintomas iguais em portadores de TDAH. Os sintomas variam, embora sejam parecidos, na maioria das crianças e adolescentes. É preciso que se observe a constância de certos comportamentos antes de se apressar a achar que seu filho é portador de TDAH.
E, se realmente for constatado que a hiperatividade e/ou desatenção de seu filho/a (é mais comum no sexo masculino) é sintoma de TDAH, procure apoio profissional e siga os mandamentos da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).
Mandamentos da ABDA
1. Reforçar o que há de melhor na criança.
2. Não estabelecer comparações entre os filhos. Cada criança apresenta um comportamento diante da mesma situação.
3. Procurar conversar sempre com a criança sobre como está se sentindo.
4. Aprender a controlar a própria impaciência.
5. Estabelecer regras e limites dentro de casa, mas tendo atenção para segui-las também.
6. Não esperar ‘’perfeição’’.
7. Não cobrar resultados, cobre empenho.
8. Elogi! Não se esqueça de elogiar! O estímulo nunca é demais. A criança precisa ver que seus esforços em vencer a desatenção, controlar a ansiedade e manter o ‘’motorzinho de 220 volts’’ em baixas rotações está sendo reconhecido.
9. Manter limites claros e consistentes, relembrando-os frequentemente.
10. Usar linguagem clara e direta, de preferência falando de frente e olhando nos olhos.
11. Não exigir mais do que a criança pode dar: deve-se considerar a sua idade.
12. Escolher cuidadosamente a escola e a professora para que a criança possa obter sucesso no processo de ensino-aprendizagem.
É importante que os pais interajam com a criança, proponham e incentivem jogos com regras que, além de ajudar no desenvolvimento da atenção, ensinam a ganhar, perder ou empatar, mas, sobretudo, ensinam a participar. Sempre com calma e uma dose extra de paciência.