Bullying é uma forma cruel, intencional, repetitiva de agir, muito comum em escolas, principalmente. São atitudes que intimidam, amedrontam e geralmente partem de um grupo de alunos, ou de um apenas, contra um colega. Os motivos podem ser muitos.
O que induz à escolha de um colega para ser a vítima do bullying? Geralmente o escolhido apresenta alguma característica que chama a atenção. Pode ser no aspecto físico em que tudo pode se tornar motivo para o bullying. Basta sair dos padrões que o grupo tomou a si. E se o colega for tímido ou introvertido se torna o alvo perfeito.
Reconhecer a vítima de bullying não é difícil, nem para os pais, nem para a escola. À escola basta a observação da dinâmica em sala de aula. Não negligenciar as atitudes dos que implicam (bullies) e agir para impedir que haja opressores e oprimidos em sala. Não é tarefa fácil, mas não é também impossível. Uma equipe de apoio competente pode ajudar o professor.
Em casa, os pais devem observar se a criança ou adolescente está triste, muito sensível, chorando sem razão aparente, fica ansioso na segunda-feira e aliviado na sexta, não fala espontaneamente sobre a escola, não se refere aos amigos. Esses são alguns indícios e há ainda outros mais graves. O importante é chegar junto, conversar, apoiar, encorajá-lo a falar e transmitir-lhe confiança, estimulá-lo a se sentir capaz e sondá-lo se ele quer que procurem a equipe de apoio e professores da escola para conversar.
Mas não é só quem sofre bullying que precisa de atenção.
Vamos falar também das crianças que provocam e fazem “bullying” porque, além de apoiar quem sofre o bullying, é preciso um olhar para quem o faz. A criança implica/faz bullying por uma série de razões e é importante descobrir o que está no cerne da questão, no centro da violência e quem é o líder. As razões são muitas, desde as que são consequência de algum transtorno ou dificuldade que causa frustração e não foi percebido, até razões de ordem familiar:
• pais agressivos, falta de orientação quanto ao comportamento desejável, negligência dos pais, más influências e transtornos mais graves – psicopatia, transtorno antissocial, etc.
O importante é que os pais dos agressores não ignorem a situação e assumam uma atitude firme, mas evidenciando disposição para ajudarem no controle do comportamento indesejável. Entrar em contato com a escola, conversar com a equipe de apoio e professores, valorizar as atitudes tomadas para se corrigir e sempre também estar próximo, procurando resolver a questão assertivamente, sem agredir ou intimidar porque essas atitudes reforçam o bullying.
Há pouco tempo a Netflix botou no ar a primeira temporada de “13 Reasons Why”, uma série muito bem feita sobre a questão do bullying e a omissão da escola. Interessante é que os pais e o ambiente familiar não têm tanta relevância na história. Mas vale a pena ver, embora não seja espetacular, trata de um tema sempre em pauta nas escolas e famílias.
E conversar, ler sobre o assunto, ajuda pais e professores nas atitudes a serem tomadas.