4 Pilares para começar a trabalhar a Criatividade hoje

Luan Freitas

Muito se fala sobre o quanto a escola está defasada. Cada vez mais percebemos que os conteúdos aprendidos não estão necessariamente preparando as crianças e jovens para o futuro. Uma das habilidades que são tão necessárias para o mundo atual e futuro é a criatividade. Mas como trabalhar criatividade em sala de aula? O que é necessário para iniciar esse tipo de atividade?
Como já abordado em artigo nesse blog, Lifelong Kindergarten do MIT, trabalha constantemente no desenvolvimento de tecnologias e inovações para tornar o ambiente educacional mais centrado na criatividade.
E esse foco não é à toa, em um mundo onde as tecnologias crescem de maneira tão disruptiva, está cada vez mais complicado prever quais são as habilidades que nossas crianças e jovens vão precisar desenvolver para serem capazes de encarar os desafios do futuro.
A ideia é fomentar a criatividade para que essas crianças e jovens estejam preparadas para criar soluções aos desafios que ainda não conhecemos.
Assim, muitas dessas inovações e tecnologias desenvolvidas por esse grupo têm como pilar o que chamamos de 4P’s da criatividade: Projetos, Paixão, Pares e “Play”.
Projetos
A palavra projeto vem da palavra latina projectum que vem do verbo proicere que significa, “antes de uma ação”.
Ou seja, projeto está totalmente relacionado a planejamento e propósito em desenvolver algo significativo.
Trabalhar em projetos significativos é essencial para o engajamento, seja em que trabalho for.
Quantas vezes você, principalmente se for professor, ao ensinar algo a uma criança se deparou com a pergunta: “Mas por que eu preciso aprender isso?”
O propósito de trabalhar por projetos serve para que o aluno, desde o início da atividade, entenda claramente o que ele deve fazer e quais ferramentas ele vai precisar para desenvolver sua atividade.
Paixão
Pense em algo que você goste muito de fazer? Algo que você poderia passar horas fazendo sem se sentir frustrado ou até cansado? Algo que você faria mesmo se não ganhasse nada para isso?
Bom, esse é o poder da paixão na realização de uma tarefa.
Por isso pessoas que fazem o que amam não só são mais felizes, como também muito eficazes e competentes naquilo que fazem.
Quando as pessoas trabalham em algo com que realmente se importam, elas trabalham por mais tempo e mais arduamente, persistindo perante os desafios e aprendendo bastante no processo.
Achar algo que desperte a paixão nem sempre é fácil e às vezes nem vai ser possível, mas sempre é válido fazer o questionamento: “como aliar esse conhecimento que essa criança precisa desenvolver a algo de que ela realmente goste ou com que se importe?”
Pares
Como diz o ditado: “duas cabeças pensam melhor do que uma”.
Ao compartilhar ideias e colaborar em projetos, as pessoas têm a oportunidade de enxergar o processo de criação de uma forma mais completa e muitas vezes mais eficaz.
Trabalhar em grupo é sempre um desafio, pois exige de cada um a necessidade de escutar e às vezes acatar sugestões do outro, mas quanto mais as pessoas se dispõem a fazer isso, maior a chance de colaboração e também de ter novas e interessantes ideias agregadas à atividade.
Play
Quando a maioria das pessoas pensa sobre “play”, elas sempre associam a diversão e prazer. Mas o grupo do Lifelong Kindergarten tem uma opinião um pouco diferente. Eles associam o “play” a uma atitude e uma abordagem para se engajar no mundo. Associam “play” com correr riscos, tentar novas coisas e testar limites. Veem o “play” como processo para a experimentação e exploração. E esses aspectos do “play” são essenciais para o processo de aprendizagem criativa.
Segundo o psiquiatra americano William Glasser, o grau de aprendizagem quando fazemos algo e colocamos o conhecimento adquirido em prática, chega a 80% (o que é bastante quando comparado a apenas 10% de absorção para aquilo que apenas lemos).
Brincar, experimentar, testar e errar é uma das formas mais eficazes de se aprender e certamente não pode ser desconsiderada.
Encerro com um convite: vamos trabalhar a criatividade?

 

Engenheiro mecatrônico formado pela UnB, fundador da Ensino Maker e criador do curso online Scratch para Professores. Atua como professor de robótica e programação para crianças e jovens em escolas e espaços livres como o Brasília Fab Lab.Integra a equipe Play2Learn treinando a equipe e preparando material didático.