Demitir um profissional não é fácil para muitas pessoas porque normalmente a notícia vem de repente e aí vem os porquês, os questionamentos, discussões e o sentimento negativo por mandar uma boa pessoa para a fila da previdência social.
Mas a experiência não precisa ser traumática nem dolorosa, ou pelo menos pode ser o menos possível. Desde que o processo seja tratado da maneira certa. O papel do gestor e da empresa é dizer ao funcionário as razões pela sua dispensa. E o ex-funcionário também poderia dizer na entrevista de desligamento o que pode ser melhorado na empresa.
Tem que existir um diálogo e uma mútua contribuição para a melhoria das duas partes. A empresa deve aproveitar esta oportunidade para obter um feedback mais crítico que não seria dado por um funcionário que pode ter receio de contrariar o chefe e dizer o que pensa.
O que vale a pena fazer:
1) Demonstre o que deu errado e explique o que havia de verdade de conflituoso entre a empresa e o “perfil” do funcionário. Fuja da desculpa que as empresas usam e diga a verdade.
2) Deseje boa sorte e se disponha a ajudar na recolocação do demitido. Isto se você realmente for colaborar ou indicar o profissional para outras vagas. Isto pode acontecer se você tem amizade ou vínculo com o profissional e não deu para evitar a degola.
3) Lembre as partes positivas do profissional e ajude-o a manter o que é bom. A demissão nem sempre é por algo que deu errado entre as partes, mas pode ocorrer por mudança de estratégia da empresa, crise econômica, entre outros fatores.
4) Escute o feedback do profissional com atenção e aproveite a oportunidade para você ouvir críticas e sugestões sobre como melhorar como profissional e a empresa também sair fortalecida.
O que você deve evitar:
1) Sugerir que o profissional é ou foi desonesto. Além de acalorar a discussão, o ex-funcionário poderá acioná-lo judicialmente por difamação se você não puder comprovar a acusação. Se realmente houve desonestidade e má fé, neste caso o correto é demiti-lo por justa causa ou ainda prestar queixa na polícia nos casos extremos.
2) Dar um falso motivo para a demissão ou esconder a verdade. Não custa nada ser um pouco transparente quando o funcionário pode aprender lições neste processo.
3) Prometer ajudá-lo escrevendo uma carta de recomendação ou ajudá-lo na recolocação se você não pretende cumprir sua palavra.
4) Discussão. Não discuta com o profissional. Ele pode se sentir ofendido ou injustiçado com a demissão e até pode estar certo, mas o que você deve fazer é ser afável e evitar o confronto.
Concluindo
Nós vivemos em ciclos que têm começo, meio e fim. Assim é na vida e dentro de empresas. Se você vai demitir alguém, deve saber conduzir o processo para que as duas partes ainda possam ganhar experiências positivas no processo.
Aquele quem você demite hoje pode ser um cliente seu amanhã.
Rafael Honorato é especialista em gestão e marketing, fundador da Revolutia, consultoria especializada em ajudar pequenas e empresas. Autor de “Os 7 Elementos das Pequenas Empresas“. Já auxiliou mais de 40 empresas a melhorarem seus resultados.
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